Melhor Idade
Aquele
senhor idoso, na melhor idade,
pensativo, feliz, sem vaidade,
sentado naquela praça, naquele banco,
recordava com saudade, mas sem pranto,
da infância, da juventude, que beleza,
é a vida na melhor idade, com certeza.
Cumpriu com heroísmo sua jornada,
a família reunida já criada,
já era pai, avô e bisavô,
com muito orgulho, muita garra e amor,
e naquele momento, agradeceu ao Senhor,
Pai de bondade, nosso protetor,
a trajetória linda de sua existência,
tendo sempre de Deus a benevolência.
Mesmo com os passos lentos,
cabelos grisalhos e olhar sem brilho,
tinha na alma nenhum pranto,
apenas alegria e acalanto.
E aquela música no barzinho:
"Saudade, palavra triste.
quando se perde um grande amor",
fez com que recordasse feliz
as suas noitadas distantes,
até encontrar a mulher
que floriu o seu caminho
e o ajudou a construir o seu ninho.
E aquela outra música começou:
"Beija-me, beija-me muito,"
trouxe suave recordação
daquele bolero lento, naquele salão,
onde pulsava forte o coração,
no embalo da música, quanta emoção!
Olhou as estrelas, o luar,
e começou a andar devagar,
aproximiou-se mais da música,
procurou outro banco para sonhar:
"Bate outra vez,
com esperança o meu coração".
Pensou: passou a primavera, o verão,
estava na plenitude do outono
e corajosamente enfrentaria o inverno;
cercado pelas flores da primavera;
deliciando as praias no verão;
vendo as folhas caindo no outono;
não sentindo o frio no inverno;
pois o calor da família o aqueceria,
estaria sempre no céu, nunca no inferno.
-Vovô! Vovô! Aquela voz o fez despertar,
a esposa,filhos e netos se aproximam,
sente-se vigoroso, jovem de repente,
poderoso, forte e valente,
abraça a companheira tão querida,
que o acompanhou, tranqüila, nesta vida.
Deus, que felicidade, que emoção!
Embalei meus sonhos, que realização!
Abraçando os netos com carinho,
uma prece silenciosa eleva ao Criador:
"Abençoa, Senhor, as famílias, Amém.
Abençoa, Senhor, a minha também".
Maria
Terezinha Troncha Farah
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Maria Terezinha Troncha Farah é escritora, poetisa
e artísta plástica e destaca-se em cada uma
destas áreas representando Ipameri com talento e sensibilidade.
Leia o que ela diz sobre suas poesias e sobre si mesma:
"Não
são obras de arte.
São simplesmente poesias.
Poesias sem grandes vocábulos,
mas que brotaram do âmago do coração,
nos meus momentos de angústia e solidão.
São versos que traduzem em instantes,
os meus momentos de felicidade
e que, de repente, contam a dor,
o sofrimento e também a saudade.
Ao ler as minhas poesias,
saiba leitor, que amei, cantei, sofri e chorei,
mas que estou viva, que luto, batalho
e que encontrei, segurando a mão de Deus,
o meu conforto e também o seu amparo."
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